Mas não consegui parar de pensar e dizer "mas isso é terrível".
E, embora aquilo tivesse ficado ali trancado naquele carro, ainda não parei de pensar nisso.
Parece-me, de facto, terrível, horroroso, de fazer doer até. De todas as pessoas que temos na nossa vida, família, amigos, colegas, colegas de trabalho, patrões, vizinhos, aquela que nos magoa mais é justamente aquela que escolhemos gostar parece-me trágico. O "amo-te e aceito-te desde que te enquadres nos meus conceitos" sempre me fez arreganhar o lábio. Não resulta. E, para além de não resultar, é mesquinho. E digo-te o que te disse na altura - acredito mesmo nisso, embora continue a torcer porque, no fundo, quando se gosta *ou se acha que se gosta* nunca vemos as coisas com clareza -ninguém merece que nos sintamos pequenos.
Muito menos a pessoa que devia estar agradecida por, de entre todo um Mundo de pessoas, teres escolhido gostar dela.