quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

21 é o Número do Nuno Gomes.

"Um dia escreves-me qualquer coisa" disseste tu. E eu comecei logo com "ah mas tu sabes que eu só consigo escrever por listas. Não consigo escrever nada de jeito. E tem de ser ponto por ponto. Não tem piada nenhuma assim."Mas tu insististe, "um dia escreves-me qualquer coisa". Fiquei a pensar nisso.
Bem, o dia é hoje. E estou-me a conter (mas mesmo muito) para não fazer algo do tipo:
  1. ...
  2. ...
  3. ...
  4. ...

E que é que posso dizer? Foste a razão pela qual disse pela primeira (e única) vez que "Eu nunca...". É que enchi a boca e disse mesmo assim: "Eu nunca..." Já se sabe que é coisa que não se deve dizer porque, mais tarde ou mais cedo, volta para nos morder no fundo das costas. E eu sabia disso, palavra. Mas mesmo assim. Continuei. E mais! Rematei, convictamente, com um "eu sei bem que não se diz nunca mas estou a garantir que nunca". A D., que foi quem me alertou, encolheu os ombros e pronto, deu por ali terminada a conversa, nada convencida... ela estava a ver o que se passava. E depois o Sudoeste, não é? Dá-nos sempre qualquer coisa quando o calor começa a apertar e os dias ficam maiores. Foi no Sudoeste de 2003, foi a seguir à Páscoa de 2007 e agora. Portanto, está-se a ver que há qualquer coisa no Sol que nos avaria o miolo. Claro, no entretanto houve o on e off que representou a fase do "sermos amigos" em que tu, hoje, davas o mindinho para não me teres contado tantas das coisas que contaste. E nisto já havia muita bagagem e pesava um bocado. E, pff, cortou-se tudo pela raiz porque continuar tinha implicações e nenhum dos dois estava "lá" e depois já nem dava bem para sermos amigos, nem com aspas nem sem aspas, porque ficou tudo um bocado chato.

Volta o sol. As mensagens. O Sudoeste. Ah e tal, logo nos vemos por lá. E vimos. E fomos vendo. E eu fui insuportável, bem sei. Quando uma pessoa está decidida numa rota é complicado saber o que fazer quando aparece um desvio. E eu estava mesmo decidida. Portanto, sim, fui insuportável. E vim-me embora com qualquer coisa a morder, a sério que sim. Porque sair de uma situação para me meter noutra cujos contornos nenhum dos dois sabia bem delinear, é assunto para moer a cabeça a uma pessoa. Porque no "vamos tentar" há toda uma pista para desastres, ainda mais quando eu tinha estado por perto enquanto tu ias dando uma de kamikaze. Mas pronto, foi fechar os olhos e seguir, um bocado como entrar na montanha-russa (ou naquela merda giratória em que andámos os dois, que me fez vomitar rosa). Iamos estar quando estivessemos, ninguém cobrava nada, era tudo paz e tranquilidade.

Jesus, como falhámos! Não estamos só quando não dá, existem curtas-metragens e paz e tranquilidade é só às vezes. Apanhou-me completamente desprevenida mas tenho que dizer que é mil vezes melhor do que eu pensei (e sim, também é verdade que nunca esperei muito-poupo-te o trabalho de o dizeres).

Mas hoje não é melhor do que esperei tendo em conta que és tu, hoje é melhor do que esperei de qualquer pessoa. E estas coisas deixam-me sempre de pé atrás, porque escrevemos isto e dizemos aquilo e sentimos aqueloutro e, vai-se a ver, acaba tudo em menos de um fósforo... Mas isto pode mesmo ser coisa só para um instante, mas escuta... era uma pena se não fosse por mais tempo.*

* Era isto que te devia ter escrito. Mas não sou genial como ele, infelizmente! Continuo sem saber escrever. É uma pena.

6 comentários:

Lady Oh my Dog! disse...

muito bonito, Miss.
nem sei que te diga. ainda fiquei com mais inveja do que da playstation :)

paperdoll disse...

também achei bonito. não é toda a gente que merece textos desses... :)

Anônimo disse...

lol eu apareço no texto so k no singular :P

Ruca! disse...

que fofinhos :D

Helena Magalhães disse...

Hummmm e vai-se a ver e acaba tudo num fosforo que isso do anda não anda dá cabo da cabeça a qualquer pessoa. E a montanha russa deixa-nos as ideias confusas :)

Love is gooooooooood!!

Maria Inês disse...

A mim parece-me que escreveste bastante bem. ;)