segunda-feira, 28 de abril de 2008

Tocam os Sinos!

Sábado esteve um óptimo dia. Muito calor, estava memso a pedir que fosse à praia. Ou então que ficasse a dormir porque a semana foi um inferno e estava mesmo a precisar. Mas não. Claro que não, porque eu pretendo ser uma filha amorosa e fui fazer um favorzinho à mamã. Portanto, sábado toca de ir a um casamento. Fiz logo finca-pé e disse que não ia para casa do noivo às 9h da manhã para tirar as famigeradas fotos de ocasião. E às 17h queria estar despachada e a caminho de casa.

Portanto, lá fomos, todos a fazer de família de cartaz publicitário só para a mãe ficar contente. Seguem-se as conversas do costume, "ah estás tão grande", "lembro-me dela assim tão franzina, que gira", "lembras-te de quando vinhas para a casa da tia brincar com aquilo?", "então mas e escolheste vir sozinha?", "ah, agora só faltas tu!", "então o curso, já está terminado? já posso cometer crimes à vontade que me defendes?"

E eu aguentei tudo estoicamente, com um sorriso na cara e a ferver por dentro. Fugimos para a igreja. Grande algazarra, tudo fala até que o diácono (que se trata bem e saiu montado num mercedes) decide dar-nos um sermão. E não estou a falar daqueles sermões habituais de igreja.
"Ninguém fála. Não falem uns com os outros. Isto é uma casa de Deus. Entraram aqui sem cumprimentar o senhor da casa. Fiquem a reflectir no vosso comportamento. Pensem no que fizeram e no que vos afastou de Deus."

Ora bem, como somos uma família que vai arder no fogo do inferno (tirando mamãe), primeiro levantou-se o meu pai e saiu quando o diácono falava. A seguir o meu irmão diz-me: mas viste o senhor da casa? E ála que se faz tarde, deu meia volta e saiu. E, claro, como bem comportada que sou fiquei de facto a pensar no que eu andava a fazer e no que me tinha afastado de Deus. E pronto, lá fui porta fora!

Contaram-me depois que o diácono pediu desculpas. Sem problemas, passei a cerímónia a morfar fofos de belas com o meu irmão e foi bem bom. O casamento lá se passou e perdi a aposta que tinha feito com o meu pai. O menu afinal não foi bacalhau com broa nem lombo de porco com ameixas mas sim arroz de tamboril e vitela assada à parisiense com arroz árabe (que acabou por ser afinal, batatas assadas). Tive de desembolsar 20 euros ao progenitor.
Tirei a foto da praxe para a mãe ficar feliz e dediquei-me a comentar tudo e mais alguma coisa com a minha cunhada, enquanto esperávamos que chegassem as 17h e engolíamos tudo a grande velocidade para não nos atrasarmos.

Sim. Vamos todos arder nas chamas do inferno como hereges desbocados que somos!
Todos menos a mãe.

2 comentários:

wednesday disse...

Pois... casamentos na igreja cada vez me atraem menos também...

Helena Magalhães disse...

Nao me digas que nao foste provar a mesa dos queijos?! E não se tirou a sessão de fotos de 3 horas depois da missa? LOL os casamentos cada vez me atraem menos como disse aqui a wednesday em cima!